Na esquina, via cruzada de caminhos que buscam por outros. Ciclos e repetições criam uma paisagem afetiva entre amigos e um espetáculo que se constrói pela espontaneidade do elenco. Performances simultâneas entram em jogo em inter-relações diversas : o mastro chinês, o trapézio fixo, a lira, o malabares, a acrobacia de solo e o mão-a-mão. Na Esquina camufla as dinâmicas dos ensaios, falseia e assume processos preparatórios, rompe a previsibilidade entre o que deve ser mostrado e o que é excluído num espetáculo. O encontro entre amigos é a possibilidade de produzir a diferença, para além do reforço das identidades, abre-se para as relações entre quem dirige, quem atua e quem assiste; Na Esquina é o ponto de partida para outros lugares, relocação bem-vinda quando pensamos o circo como prática entranhada em nossos afetos.
COLETIVO NA ESQUINA: O coletivo é composto de 7 artistas brasileiros e uma artista francesa, todos os brasileiros são formados pela Spasso Escola Popular de Circo, de Belo Horizonte, sendo que quatro deles aprimoraram sua formação profissional na Europa, dois na Académie Fratellini (Paris) e dois na Escola Superior das Artes do Circo (Esac, de Bruxelas), onde conheceram Pauline Hachette integrante do coletivo. A proposta de criar uma nova experiência coletiva surgiu durante as comemorações dos 15 anos da Spasso, em 2012, dando início ao primeiro espetáculo do grupo. Após uma etapa de criação em Paris e Bruxelas e grupo retorna a capital mineira para concluir o processo criativo e estreiar o trabalho. Os desejos de aproveitar e dividir as diferentes experiências e vivências, de construir e de se reunir para criar um trabalho dentro da Spasso, foram os motores da criação do projeto – que, em um plano emocional, comemora essas viagens entre o Brasil e a Europa.